Crescimento da deflação na China gera preocupação entre investidores
A deflação na China atingiu níveis não vistos desde a crise financeira asiática, colocando em risco a segunda maior economia do mundo. Segundo a Bloomberg, a taxa de deflação registrada em 2023 piorou significativamente este ano, evidenciando a gravidade da situação. Essa espiral deflacionária desencadeou alertas de especialistas sobre uma iminente crise econômica.
A Bloomberg Economics prevê que o deflator do PIB continue caindo até 2025, o que marcará o período mais longo de deflação na China desde 1993. Essa situação coloca a economia chinesa em uma espiral deflacionária, com graves consequências para o crescimento e o bem-estar da população.
Robin Xing, economista-chefe para a China no Morgan Stanley, afirmou que atualmente a economia chinesa não está apenas enfrentando a deflação, mas também entrou em sua segunda fase. Ele acredita que, quanto mais a deflação persistir, mais estímulos serão necessários para combatê-la.
Especialistas alertam que o perigo para a China é que a deflação pode se tornar um ciclo vicioso. Nesse contexto, as famílias, afetadas pela queda nos salários, tendem a reduzir os gastos, enquanto as receitas das empresas diminuem, levando a cortes de investimentos e mais reduções salariais.
Enquanto isso, a inflação geral na China caiu em agosto para o nível mais baixo em três anos. A baixa pressão inflacionária é refletida no crescimento nominal do PIB, que acelerou apenas 4% no segundo trimestre de 2024, bem abaixo da meta de crescimento real de 5%.
A inflação real no país foi mais fraca do que a projetada, subindo apenas 0,6% em agosto, principalmente devido a um aumento de 2,8% nos preços dos alimentos. O núcleo da inflação chinesa aumentou apenas 0,3% no mês passado, permanecendo abaixo de 1%.
Dados oficiais mostram que os preços das commodities e os preços de produção na China registraram uma queda significativa em agosto, enquanto os custos das empresas de serviços e construção caíram na taxa mais rápida desde abril de 2020.
A confiança do consumidor na China está em um nível recorde de baixa, com as famílias demonstrando uma crescente propensão a economizar, tendência que está se espalhando pelo país. Curiosamente, as autoridades chinesas não têm demonstrado pressa em revitalizar a produção ou tomar medidas para enfrentar a fraca demanda.